quinta-feira, outubro 13, 2005

O Menino dos Sapatos e a Menina dos Sapatinhos


O menino caminhava por cima dos flocos de neve, sem os sapatos que sua mãe lhe tinha dado num natal anterior, pois já não lhe serviam, já atravessaram muitos invernos, muitas caminhadas para a escola, e já estavam velhos.

O menino chamava-se David, e tinha uma amiga, uma única amiga, chamada Clara. A Clara não era como o David, ela tinha sapatinhos e saias bonitas para vestir, o David não tinha sapatos, e as calças já não eram calças, e todos na escola gozavam com o David por ele ser diferente, todos menos a Clara.

A Clara via no David um menino sensível, terno e simpático, um menino bem disposto e com vontade de rir e de brincar, como qualquer criança normal, e o David via Clara como a sua única amiga, uma amiga em quem ele podia confiar para sempre, uma amiga em quem ele podia contar, para o bem e para o mal. Ele ia sempre ter com ela nos intervalos, e ela dizia às amigas: -“Agora não posso brincar com vocês, tenho de ir falar com o meu amigo”, elas não entendiam porquê que a Clara era amiga do David, ele estava sempre sujo e muito mal vestido e nunca trazia lanche, elas eram crianças que só vias a capa das pessoas, das outras crianças, mas Clara não era como elas, a Clara era diferente delas, ela via por dentro da casca.

Passado o inverno, recomeçam as aulas, Clara fica à porta da escola à espera de David, mas este não aparece, “estranho”, diz a Clara, “ele nunca se atrasa”. Passaram dois dias e Clara foi saber como estava David, e descobriu que o seu pai tinha ficado sem o emprego, e que tinha arranjado novo companheiro, a bebida.

Clara senta-se à porta da casa de David todos os dias após as aulas e fica ali, à espera de ver David sair pela porta, com o seu lindo sorriso nos lábios, mas os dias transformaram-se em semanas e nada de David. Clara desespera, e num dia a sua mãe preocupada, pergunta à filha o que se passava, e esta conta-lhe a história de David, e de como ele superava as bebedeiras do pai, os colegas que eram maus para ele na escola, e a pobreza em que vivia, só com um sorriso nos lábios. A mãe de Clara deixa verter uma lágrima, e a Clara diz: -“Mãe, não é assim que se superam os problemas, o David ensinou-me que é com um sorriso”, a mãe de Clara seca as lágrimas e sorri, abraça a sua filha e vai-se deitar feliz, feliz pela filha, mas triste com a história de David.

Passam dois meses e Clara estava no recreio, só, triste. Nisto parece David, com umas calças novas, com uns sapatinhos calçados, não parecia o mesmo, não fosse aquele sorriso, aquele sorriso que o imortalizou. Clara pula de contente, e corre na direcção de David para um abraço sentido.

Todos se interrogam o porquê daquela mudança, todos menos Clara que só se importa com o regresso do amigo.

lobito

3 Comments:

Blogger polly_maggoo said...

quase quase me fizeste chorar, mas afinal nao e a chorar que se resolve nada pois nao? um sorriso muito grande por uma historia tao feliz, tao bonita...conta-me historias p eu mimir assim quentinha cm mimi hoje, pk tu tavas a contar-me esta historia. beijos em ti meu anjo das nuvens d algodao doce. tou muito orgulhosa de ti por todas as boas novidades que me deste ontem e por seres assim tao tu, tao magico:)
adoro-te muito wolf
xi apertadinho cm o da clara e o david:***

quinta-feira, outubro 13, 2005 11:06:00 da manhã  
Blogger Ana Sofia said...

Gostei mto deste textinho....gostei mm, gostei da msg q ele transmite:) qto a pergunta dp do k disseste é inevitavel n a fazer lol ms k importa isso? importa q ele ficou bem!!

jitos
Anok@s

quinta-feira, outubro 13, 2005 4:40:00 da tarde  
Blogger Liliana Bárcia said...

Pois eu sou da opinião de que alguém com coração muito grande ofereceu uns sapatos ao David.. masisto sou só eu que penso que existe pessoas muito boas.

E fico feliz pelo menino David que tem uma grande amiguinha. Sempre, sempre.

Beijinhos

sexta-feira, outubro 14, 2005 11:46:00 da manhã  

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