segunda-feira, setembro 19, 2005

Os tugas

Music with a free spirit, a wolf spirit

Bem, gostaria de neste momento deixar uma homenagem à música Portuguesa, à verdadeira música Portuguesa, com as letras de duas bandas escelentes, que todos deviam ouvir.


TORANJA - Restos





Hoje esqueci-me que ás vezes tambem sabes ver
Ás vezes tambem sabes ter noção
Hoje vens tu ver restos de mim no chão

Hoje esqueci-me que sabia perder
Que me tinhas na mão
Hoje vens tu perdida no mesmo chão

Quem não quis saber
Tirou a mão e partiu
Deu o que não tinha para levar
Fechei o corpo e fugi

Hoje vens tu
E eu ja sei de cor
O travo do teu licor
E os restos de mim no chão

Quem não quis saber
Tirou a mão e partiu
Deu o que não tinha para levar
Fechei o corpo e fugi
...Mas há sempre mais um dia
E nunca vai parar

Quem não quis saber
Tirou a mão e partiu
Deu o que não tinha para levar
Fechei o corpo e fugi






PLUTO - A VIDA DOS OUTROS





Sei que é um segredo
Eu não conto a ninguém
Só falei a um que é teu amigo também

Diz-me o que é que ele disse
O que é que ele achou
Sobre aquilo que nós dissemos
Diz-me ele acha-me o quê
E se ele sabe o porquê
De tudo aquilo que nós vivemos

Os segredos são de quem os souber guardar

Sei que é um segredo
Eu não conto a ninguém

Era tudo mais fácil se eu estivese lá para ouvir
Eu não conto a ninguém
Era tudo mais fácil se eu estivesse lá para rir
Eu não conto a ninguém

Sei que é um segredo
Isso é fácil de ver
Se é que aínda o é
mas como vais tu saber

Diz-me o que é que ele disse
O que é que ele achou
Sobre aquilo que nós dissemos
Diz-me ele acha-me o quê
E se ele sabe o porquê
De tudo aquilo que nós vivemos

Os segredos são de quem os quiser guardar

basta que entre nós exista
E ao silêncio já não voltas
Não sei como foi nem quero amanhã calar eu espero

era tão mais fácil quando era a minha vez de me vir
eu não conto a ninguém
tão mais engraçado quando eu me lambuzava a ouvir
eu não conto a ninguem

diz-me o que é que ele disse
o que é que ele achou porque eu não conto a ninguém



Escolhi restos porque eu apostaria nessa música para um novo single ;)
E dos Pluto escolhi "a vida dos outros" porque me apaixonei por essa música. :P

terça-feira, setembro 13, 2005

Uma noite com a noite


Acordo de um sonho eterno e abro meus olhos sempre fechados
Saio de casa com dia e vagueio tristemente pelas ruas
O dia vai entristecendo e a cada passo que dou vai escorecendo
E já com a noite a meu lado aprecio a lua pela primeira vez
Sento-me num banco de jardim e sussuro às borboletas
Elas voam e vêem os pássaros que me dizem maravilhas
As folhas acariciam-me os braços e a cara com o vento
Pego nessas folhas e nos ramos que as seguram e sorriu
Entretanto as estrelas não param de olhar para mim
Parto então à descoberta e acaricio os ramos à passagem
Deito-me junto ao chão para sentir o calor da terra
Acaricio as nuvens que vão passando à frente da lua
E beijo a lua e as estrelas e as nuvens, os ramos, as folhas e a terra
Começam então a cair alguns pingos de chuva , sinto a terra humida
O calor da noite invade-me por completo e uivo e volto a uivar
Sinto que a noite me está a dizer algo, algo marivilhoso
Pois oiço os grilos e as cigarras a cantar e eu volto a uivar
A lua vai mudando de cor e eu for nome num sudestemido
Parto para a floresta numa alician-te e perigosa aventura
Antes de entrar contemplo as magestosas árvores e beijo-as
A então cerrada floresta parece quem abrigar-me
Pego com convicção nas folhas de à pouco e aperto-as
Parece que as árvores se abriram e criaram um caminho
Entre então a passeia-me por entre o orvalho que se criou
Chove casa vez mais e sinto as árvores fecharem-se para eu ficar
Fico mais um pouco a passear-me pela floresta e olhando a lua
Ao fim de algum tempo de estar na floresta sinto-me tremer
Os grilos e as cigarras cantam cada vez mais e mais alto
A floresta está cada vez com mais orvalho em toda a parte
E sinto que também faço par de deste mundo, desta noite
Eu próprio tenho o orvalho em mim e uivo de novo com a noite
Uivo como nunca uivara antes, a noite uiva comigo
Ambos molhados pela chuva e inundados de vento uivamos
E eu deito-me junto ao chão mais uma vez beijo a terra
Beijo a lua, beijo as estrelas e as nuvens, beijo as árvores
E ainda beijo os ramos e as folhas, e muito vento depois adormeço.