Confidencialidades

Os passos são lentos e cansados
Os olhares distantes mas penetrantes
Os arrepios não são de frio, não são de medo
Os lábios sempre entreabertos...
As portas fecham-se mas outras abrem-se
Os vidros estão salpicados da chuva
As gotas são finas e cortantes
Não molham muito, mas sabem tão bem...
E os olhares cruzam-se nas sobras das árvores
E as peles tocam-se, acariciam-se
As faces sorriem, já se vêm dentes
As mãos matreiras aventuram-se...
Abrem-se caminhos por entre o desconhecido
As faces coradas traçam linhas de felicidade
As árvores conselheiras ajudam na confidência
As papoilas abanam com o vento, alegres...
O vento era fraco, mas fazia mexer os cabelos
A chuva refrescava porque estava calor
Pernas entrelaçadas, lábios cruzados
E mais uma vitória para a natureza...